Poema

BOM ANO, PESSOAL

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Dois mil e seis acabou

E apareceu dois mil sete

O presidente discursou

E quem não pode, não promete.

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E o mais alto dignatário

Falou de um ano de esperança

O nosso eterno fadário

Entre a miséria e a abastança

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E o ministro que é primeiro

Com grande filosofia

Prometeu pró ano inteiro

Muita paz e alegria.

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Com a mão no coração

Prometeu sem mais engano

Que ia aumentar o pão

Só quatro vezes por ano

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Prometeu quatro paredes

A caiadores e pedreiros

E vai dar um Mercedes

Aos ministros companheiros

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Prometeu que a gasolina

Ia aumentar outra vez

E que os negócios da China

Aumentam de mês a mês.

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Prometeu ao lavrador

Com uma certa honestidade

Que muito bem sim senhor

Vai-lhe aumentar a idade.

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E que a reforma ia aumentar

Mesmo que vá dar pró torto

Mas quem so ia pagar

Quando um Homem estiver morto

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Neste país desgastado

Onde pouca gente aposta

Salva-se o livro sagrado

Da Carolina e do Costa.

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Autor: Macarinho

Publicado na Folha de Tondela nº 1543 (III série ano 101)