É real e crescente o esforço que tem sido desenvolvido por técnicos e entidades a nível nacional e comunitário em matéria de gestão de resíduos com vista à prevenção do ar, da água, dos solos, da paisagem, do coberto vegetal e da saúde pública.
A água e o ar através das suas propriedades de mobilidade terão alguma capacidade de regeneração ao invés dos resíduos, que por si só, não se movem pelo que, no futuro, serão encontrados nos mesmos locais onde foram depositados.
Se por um lado os componentes orgânicos e inorgânicos dos resíduos sólidos urbanos inertes não causam impactes significativos no meio ambiente quando depositados, outros resíduos são fonte de extrema contaminação.
Os resíduos sólidos urbanos não inertes, sofrem processos de natureza microbiológica, física e bioquímica ao logo do tempo, sendo a sua composição física essencialmente matéria orgânica de origem biológica contem nutrientes e humidade que, associados à temperatura ambiente favorecem a proliferação de varias espécies de microrganismos.
Os microrganismos, muitos dos quais patogénicos, provenientes do ar, da água e do solo em contacto com os resíduos são extremamente importantes para a manutenção do ciclo da vida. Contudo estes processos são associados a efeitos negativos como é o exemplo de odores e lixiviados ricos em carga orgânica.
Estes resíduos depositados em espaços abertos, sem quaisquer tratamentos, contaminam de imediato os solos, agravando-se este facto com a escorrência das águas das chuvas. Consequentemente contaminam os meios hídricos superficiais afectando a vida aquática e os aquíferos com elementos patogénicos e tóxicos.
A presença de metais pesados como o Mercúrio, Cádmio, Níquel, Crómio entre outros é particularmente importante quando estes se encontram em solução, uma vez que tendem a acumular-se na cadeia alimentar representando uma propagação contínua desses elementos nos seres vivos.
O processo de decomposição da componente orgânica biodegradável origina a formação de diversos gases, sendo o de maior impacto o Metano. Este gás apresenta-se vinte vezes mais nocivo que o dióxido de Carbono à camada do Ozono, sendo um excelente combustível.
A combustão premeditada ou acidental dos resíduos é acompanhada da produção de fumos, gases e vapores tóxicos e ou corrosivos, contribuindo para o aumento da poluição atmosférica e causando problemas de saúde publica. Esta combustão é particularmente grave quando se trata de borracha e de plástico contendo Flúor, uma vez que provocam vapores de Ácido Clorídrico e Acido Fluorídrico.
Outra consequência ambiental relevante na deposição não controlada dos resíduos, está relacionada com os aspectos epidemiológicos. Não existe uma relação directa causa/efeito na transmissão de doenças entre o Homem o os microrganismos que vivem ou são atraídos pelos resíduos. Contudo a deposição não controlada são o habitat preferencial de alguns seres vivos, tais como ratos, baratas, moscas, vermes, bactérias, fungos e vírus sendo estes responsáveis pelo aparecimento de doenças respiratórias, epidérmicas, intestinais ou até mesmo letais como a cólera e o tifo.
Enquanto uns utilizam os resíduos apenas em determinado período da sua vida, outros utilizam-no a vida toda, o que torna esta situação um grave problema por ser uma fonte contínua de agentes patogénicos.